Medindo a Capacidade do Processo
Sixpack do Minitab
A verdadeira capacidade do processo só deve ser determinada após o mesmo ter sido otimizado e estabilizado.
Capacidade é a habilidade do processo em produzir produtos dentro dos limites de especificação.
A capacidade do processo é a sua própria variabilidade, depois que este foi otimizado e está sob controle.
Utilizam-se técnicas estatísticas, a fim de estudar a variabilidade do processo, comparando-a com as especificações (tolerâncias).
Diz-se que um processo é capaz quando o mesmo atende estatisticamente às especificações.
Os principais índices utilizados para obter a capacidade do processo são o Cp e o Cpk.
Os limites μ ± 3σ são conhecidos como limites naturais de tolerância.
LNST = μ + 3σ (limite natural superior de tolerância)
LNIS = μ - 3σ (limite natural inferior de tolerância)
O limite de 6σ sobre a distribuição de uma característica de qualidade do produto vem a ser a capacidade do produto, onde σ é o desvio padrão do processo otimizado e estável (sob controle).
Capacidade do produção = 6σ
Como o valor de σ é, em geral, desconhecido, para obter a capacidade do processo usa-se um estimador:
^σ = R bar ÷ d²
Onde d₂ é um valor que depende do tamanho da amostra (n ≤ 10) e em decorrência, encontra-se na tabela Anexo B.
Se n > 10 e foi o gráfico de controle , o estimado de σ é:
^σ = Σ(X – Xbar)² ÷ (n-1)
Não existe uma relação matemática ou estatística entre limite de controle e limite de especificação. Os limites de controle são definidos em função da variabilidade do processo e medido pelo desvio padrão. Os limites de especificação são estabelecidos no projeto pelos engenheiros, pela administração ou pelo cliente.
A melhor forma de se verificar a adequação de um processo à necessidade da engenharia de produto é através do estudo de capacidade do processo ou da relação entre a capacidade do processo e a diferença entre os limites de especificação (tolerância do produto).
Esta relação é conhecida como índice de capacidade (Cp).
Cp = (LSE – LIE) ÷ (6σ)
onde:
LSE = limite superior de especificação.
LIS = limite inferior de especificação.
6σ = capacidade do processo.
A análise do índice de capacidade é muito útil na tomada de decisões sobre a adequação do processo às especificações. Uma regra prática para esta análise é descrita a seguir:
Processo Vermelho: (Cp < 1), a capacidade do processo é inadequada à tolerância exigida. Nesta situação, o ideal é realizar o trabalho com outro processo mais adequado às especificações. Não sendo possível mudar o processo, deve-se tentar diminuir a sua variabilidade. Por último, resta a possibilidade de se alterar as especificações do produto.
Processo Amarelo: (1 ≤ Cp ≤ 1,33), a capacidade do processo está em torno da diferença entre as especificações. O tratamento deve ser semelhante àquele dado ao processo vermelho. Neste caso, cartas de controle são muito úteis para manter o processo sob controle e evitar a produção de itens fora das especificações.
Processo Verde: (Cp > 1,33), a capacidade do processo é adequada à tolerância exigida. Se a capacidade do processo está entre 3/4 e 2/3 da tolerância, é aconselhável coletar amostras periódicas para acompanhamento do processo. Se a capacidade do processo é menor que metade da tolerância, não é preciso tomais maiores cuidados como o processo, pode-se dizer que o mesmo é excelente ou altamente confiável.
Na prática, nem sempre o processo está centrado na média, ou seja, pode-se chegar a conclusões erradas quanto a capacidade do processo. Se o processo não se encontrar centrado na média, Kane (1986) propôs a utilização do Índice de Performance (Cpk):
Cpk: índice de capacidade nominal do processo, leva em consideração a dispersão do processo (curto prazo) e centragem do processo em relação aos limites de especificação.
Cpk:
Observações importantes:
• Cp é sempre maior ou igual a Cpk.
• Quando o processo está centralizado, ou seja, a sua média está bem no meio da especificação, então Cp = Cpk.
• Sempre que Cpk < 1, há geração de produtos não-conformes.Tanto Cp como Cpk só têm resultados válidos se a distribuição dos valores individuais for normal.
• No caso de especificações unilaterais, somente se utiliza o índice Cpk.
Relacionamento entre Cp e Cpk e PPM
Exemplo:
O peso líquido (em onças, oz) de um alvejante em pó deve ser monitorado pelas cartas de usando amostras de tamanho n = 5. Dados para 20 amostras preliminares são os seguintes:
a Construa a carta de controle usando esses dados. O processo está sob controle estatístico?
b Estime a média e o desvio padrão do processo.
O peso de enchimento parece seguir uma distribuição normal?
d Se as especificações são 16,2 ± 0,5 oz, quase as suas conclusões sobre a capacidade do processo?
e Qual o provável PPM de recipientes fora dos limites de especificação?
Com o auxílio do software Mintiab, temos:
Referência:
RAMOS, A. W. CEP para processos contínuos e em bateladas, 2000
SIQUEIRA, L.G.P. Controle estatístico do processo, São Paulo: Pioneira, 1997. 129 p.
TOLEDO, J.C. Introdução ao CEP- Controle Estatístico de Processo - DEP- UFSCar
VIEIRA, S. Estatística para a qualidade. Rio e Janeiro: Campus. 1999. 198 p.
MONTGOMERY, D.C. INTRODUÇÃO AO CONTROLE ESTATÍSTICO DA QUALIDADE. Rio de Janeiro, LTC / GEN, 2004.
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